Por Dra. Rhayzza Santos –
A Atomoxetina é uma medicação que chegou recentemente no mercado brasileiro para o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e será uma nova opção para os pacientes. Essa medicação não é nova para os médicos especialistas, pois em outros países ela já vinha sendo utilizada a muitos anos, foi aprovada pelo FDA em 2002, mas para nós no Brasil foi liberada somente agora.
É originalmente um antidepressivo, da classe dos Inibidores seletivos da receptação de Noradrenalina, e foi constatado que tinha a qualidade de ajudar a melhorar a função cognitiva. Por não ser um psicoestimulante ela não causa dependência, ansiedade ou insônia nos pacientes. Também os pacientes com tique e ansiedade podem preferir essa medicação aos estimulantes.
Como essa nova droga age e onde? Ela age justamente aumentando a disponibilidade da noradrenalina no cérebro, regulando a impulsividade, hiperatividade e a atenção, o que é primordial para o paciente com TDAH. A atuação dela é no córtex pré frontal, uma área muito impactada por esse transtorno.
As pessoas que não conseguiram tolerar bem um psicoestimulante como a ritalina, concerta ou venvanse e até mesmo as que possuem risco de abuso de substâncias podem se beneficiar dessa opção, que tem um perfil totalmente diferente das drogas disponíveis até agora no mercado brasileiro, é segura e eficaz, ou seja tem efeitos colaterais leves e mostrou que seu uso diminui comprovadamente aos sintomas do TDAH.
No Brasil a Atomoxetina será comercializada com o nome de Atentah, pode ser utilizada a partir dos 6 anos de idade e vem nas dosagens de 10 mg, 18 mg, 25mg, 40 mg, 60mg e 80mg, tem um efeito de ação prolongada e leva cerca de 2 a 6 semanas para os efeitos serem percebidos pelo paciente.
Os efeitos colaterais mais relevantes são náuseas, desconforto abdominal, tontura. O paciente também pode reclamar da fadiga, pois não tem o efeito estimulante das outras drogas pra TDAH ou da perda de peso (que pode vir a ser uma vantagem off label para alguns casos). A Atomoxetina não é considerada superior aos psicoestimulantes e também possui limitações, porem para alguns casos ela é ideal.
Lembrando que para verificar se essa é a medicação certa para determinado paciente é necessária uma consulta com um médico capacitado. Também para o melhor curso do tratamento de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade recomenda-se sempre a psicoterapia, que pode auxiliar o paciente a encontrar as melhores estratégias de cuidado e regulação das suas emoções, pensamentos e comportamentos.
Sobre a Autora: Rhayzza Santos é formada em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba, faz graduação de Medicina e sempre lê os fenômenos da vida pelas lentes da psiquê, vendo beleza e peculiaridade.
Uma resposta
Muito boa a abordagem a respeito de novas formas terapêuticas para tratamento do TDAH.