Impacto do perfil ocupacional, saúde mental e religiosidade sobre depressão, ansiedade e estresse de profissionais de saúde na pandemia de COVID-19

Fonte: Kamila Silva de Miranda, Leonardo Daniel Reis Santos, Omar Pereira de Almeida Neto, Maria Beatriz Guimarães Raponi, Luana Araújo Macedo Scalia.

Em dezembro de 2019, Wuhan, China, relatou uma nova pneumonia, COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2. Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou o surto como uma emergência de saúde pública internacional. A pandemia teve profundos impactos psicossociais, incluindo medo de infecção, morte, irritabilidade e tristeza. Um estudo na China com 1.210 pessoas mostrou que 53,8% relataram impacto psicológico moderado ou grave. Profissionais de saúde na linha de frente enfrentaram sofrimento psíquico, TEPT e outros sintomas somáticos devido ao trabalho pesado, falta de equipamentos e suporte inadequado. Um estudo com 1.257 profissionais de saúde em Wuhan revelou altos índices de depressão (50%), ansiedade (44%), insônia (34%) e angústia (71%).

O estudo observacional realizado em um hospital em Minas Gerais avaliou a influência de variáveis ocupacionais, saúde mental, religiosidade e TEPT sobre a depressão, ansiedade e estresse em 151 profissionais de saúde na linha de frente da COVID-19. Encontrou-se alta prevalência de sintomas leves a graves de depressão, ansiedade e estresse, com 68,2%, 64,9% e 69,5%, respectivamente, apresentando esses sintomas. A religiosidade intrínseca foi um fator protetor contra a depressão, e mulheres apresentaram mais sintomas de depressão e estresse.

A pesquisa indicou que a maioria dos profissionais não recebeu suporte psicológico/psiquiátrico durante a pandemia. Destacou-se a necessidade de medidas preventivas e de apoio psicológico para profissionais de saúde, considerando os impactos significativos da pandemia em sua saúde mental. A religiosidade mostrou-se uma importante estratégia de enfrentamento, ajudando a reduzir os sintomas de ansiedade e depressão.

O estudo concluiu que profissionais com histórico de transtornos psiquiátricos ou que apresentaram sintomas de TEPT durante a pandemia tiveram escores mais altos de depressão, ansiedade e estresse, enfatizando a necessidade de intervenções específicas para apoiar a saúde mental desses trabalhadores.

Artigo na íntegra: https://doi.org/10.1590/0047-2085000000433

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